sexta-feira, 20 de março de 2009
Renda-se à arte da espera
Release da Coleção: Renda-se à arte da espera...
A história das rendeiras vai bem além do trabalho, está ligada a dois elos fortes, seus maridos e o mar. A imagem das mãos calejadas das mulheres e a cor bronzeada quase sempre nos remetem ao trabalho árduo, à luta diária para vencer as dificuldades da vida, recorrente no nordeste brasileiro. Mais elas também realizam outro tipo de trabalho, extenuante, mas prazeroso para muitas mulheres que é o da arte de fazer renda.
Os mais antigos dizem que as mulheres começaram a fazer renda devido à espera pelos maridos enquanto saiam para pescar. A maioria delas aprendeu a arte da renda com as mães, que aprenderam com as avós e assim sucessivamente, passando o ofício de geração em geração. Sentimentos, nostalgia, cantorias e muita conversa são embalados pelo tecimento e preenchimento da malha tipo rede de pesca. Mulheres apaixonadas, com lembranças saudosas da pessoa amada, muitos adjetivos para descrever essas mulheres que amam. O pensamento tece o tempo e as mãos habilidosas tecem os fios com amor de quem espera o tempo passar, que as coisas vão melhorar principalmente que seu amor vai voltar do mar, infelizmente alguns não voltam, mesmo assim elas continuam amando.
A espera das rendeiras por seus maridos, a espera do amor que ainda não conheceu ou talvez o que mora longe, serviram de inspiração para o Inverno 2009 de Gilvânia Monique, que através de uma forma melancólica tenta retratar o amor.
Informações sobre a coleção:
As cores remetem ao temor do amor não voltar e a pureza do amor verdadeiro – Branco e Preto.
As formas são confortáveis, femininas, vintage com uma ousadia a mais.
Os tecidos usados são Cambraia de algodão, poly seda, sedanil, tricoline, tafetá, tule e denim mostrando a mistura de peças da noite e dia.
Os aviamentos são linhas de algodão com brilho, chumbinho de pesca, agulha para filé entre outros.
Teço o fio do tempo com cuidado
neste tear de sonhos e saudades
e vejo em mim brotarem estes bordados
— de futuros de paz, de doces fados —
de cada suspirar, cada momento...
Tão natural, tecer eternidades
quando te tenho a ti no pensamento!
(Robertson Frizero Barros)
Patrocínio
Armarinho de A a Z - aviamentos
Coats Correntes – linhas de algodão em geral
DL Empório da moda – Tecidos
Nina Bijoux – material para acessórios
Prefeitura Municipal de Jaguaribe – Agulhas e transporte de materiais
Sebrae Ceará – Patrocínio master
Santana Textiles - Tecidos
Apoio
Águida Souza – modelista e costureira
Brechó Reinvenção - Acessórios vintage
Eita Iltda – Passarela, trilha e vídeo
Firmatex – lavagens e efeitos no denim
In – calçados Stúdio Abracadabra – Criação do material gráfico, brindes, acessórios do desfile (bolsas e bijuterias) e vídeo.
Vinicius de Oliveira – Fotos do desfile e divulgação.
Coleções
•O espírito do dragão é a alma do cearense (2005);
•Quebradeiras de coco babaçu, as mulheres das palmeiras (2006);
•São Luis Ilha do amor, Terra do calor (2007);
•A arte de amar de Nice e Estrigas (2008).
•Renda-se à arte da Espera... (2009).
Um pouco mais sobre mim...
Sou estilista e Designer de produtos na área de Artesanato.
Fascinada por cores, texturas, tecidos e principalmente o artesanal tradicional das rendas e bordados, crio produtos voltados ao público feminino que assim como eu gostam de peças com detalhes artesanais, românticas com um pezinho no vintage.
Além da marca Gilvânia Monique que engloba peças de vestuário e consultoria de design, trabalho com brechó todos numa charmosa casinha antiga em Fortaleza.
Um pouco mais sobre a renda de filé...
Esta técnica milenar também era largamente difundida entre os Egípcios e Persas, de onde se disseminou para a Península Ibérica, particularmente Portugal, é comum encontrar filé confeccionado com fios de linho ou mesmo seda, porém sem o uso de pérolas de vidro ou fios de ouro e prata como difundidos, sobretudo atualmente, onde se utiliza como matéria-prima apenas o fio de algodão. O Filé surge a partir de uma rede simples, composta de malhas e de nós, é por isso também denominado "rede de nó", seguindo a técnica de confecção da rede de pescador, que lhe serve de inspiração. Existe uma diferença entre o filé simples e o filé bordado. O filé simples restringe-se a uma rede de nó tecida a mão; já o filé bordado utiliza a rede de nó como suporte para o bordado, a ponto de passagem, que recobre alguns quadros da rede, de acordo ao desenho a ser criado.
O interessante é que a confecção do filé passa por uma fase inicial, corresponde ao traçado feito na grade, semelhante ao das redes de pescar. Em sua origem, a atividade dessas rendeiras bordadeiras surgiu paralelamente ao trabalho masculino em áreas pesqueiras, ou seja, enquanto os maridos iam pescar as mulheres consertavam suas redes e acabaram com a mesma técnica criando o filé. As artesãs vão compondo as peças com desenhos próprios. Primeiro elas trabalham a "malha" trançada com fio de algodão cru ou linha. Logo em seguida, é colocada numa grade para ser preenchida com os desenhos.
Contato:
Gilvânia Monique
Rua João Cordeiro, 1675, Aldeota - Fortaleza/CE - Brasil
+ 55 85 3253-0474
gilvaniamonique@gmail.com
http://gilvaniamonique.blogspot.com/
http://www.flickr.com/photos/gilvaniamonique/
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